O nariz eletrônico foi desenvolvido por pesquisadores vindos da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, no Parque Tecnológico de Boecillo, em Valladolid, na Espanha. O sistema é capaz de "sentir" em tempo real os vapores emitidos através da pele. As substâncias detectadas são, em sua maioria, ácidos graxos - as mesmas responsáveis por atrair mosquitos e fazer com que os cães consigam identificar seus donos.

Com cadeias de até 18 átomos de carbono, os ácidos graxos são considerados moléculas extremamente voláteis e, por isso, seriam mais difíceis de serem detectadas. Para fazer o nariz eletrônico funcionar, os vapores emitidos pela pele são ionizados com um spray elétrico (gotas carregadas de energia) e depois analisados usando a técnica de espectrometria de massas.

A análise instantânea obtida pela técnica é um grande avanço. Além dos ácidos graxos, os resultados mostraram que a pele libera também ácidos láticos e pirúvicos. Diferentes usos podem ser dados ao nariz eletrônico já que, não só o dispositivo consegue identificar pessoas partir de seus odores, como é capaz de detectar explosivos com grande precisão. O sistema pode "cheirar" níveis inferiores a algumas partes de TNT por trilhão dissipadas em outro meio.

Não se espante, portanto, se na próxima ida ao aeroporto você levar uma fungada enquanto passa a bagagem de mão pela esteira do raio-X.